Meu Pai
Carolina
Ramos
Quando te
vejo, assim, domando a vida,
com a
fibra invulgar do cavaleiro
que não
teme as corcovas da subida,
nos
reveses e quedas, altaneiro…
cabeça
branca, face já curtida
pelo tempo
e inclemência do roteiro,
velho e valente,
fronte sempre erguida,
que a rude
estrada forja o caminheiro…
mesmo
que eu queira te dizer o tudo
que na alma
eu sinto, meu falar é mudo,
minha
voz na garganta se retrai!
Assim…
faço dos versos o ofertório…
do
coração, um cálido oratório…
e neles
rogo a Deus por ti, meu pai!
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