Bem-Vindo!

“O que quer que você faça ou aonde quer que você vá, deixe sua mente permanecer em seu coração."

sábado, 19 de outubro de 2013

Centenário de Vinícius de Moraes



Medo de Amar

( Vinicius de Moraes )

O céu está parado, não conta nenhum segredo,
A estrada está parada, não leva a nenhum lugar,
A areia do tempo escorre de entre meus dedos,
Ai que medo de amar !


O sol põe em relevo todas as coisas que não pensam,
Entre elas e eu, que imenso abismo secular...
As pessoas passam, não ouvem os gritos do meu silêncio,
Ai que medo de amar !


Uma mulher me olha, em seu olhar há tanto enlevo,
Tanta promessa de amor, tanto carinho para dar.
Eu me ponho a soluçar por dentro, meu rosto está seco,
Ai que medo de amar !


Dão-me uma rosa, aspiro fundo em seu recesso,
E parto a cantar canções, sou um patético jogral.
Mas viver me dói tanto ! E eu hesito, estremeço...
Ai que medo de amar !


E assim me encontro: entro em crepúsculo, entardeço.
Sou como a última sombra se estendendo sobre o mar...
Ah, amor, meu tormento ! Como por ti padeço...
Ai que medo de amar !



Um comentário:

  1. Olá, Estela... por mensagem do Arnaldo (Campo Grande) descobri esse seu blog e gostei muito de conhecê-lo. Claro, passei a ser seu seguidor. Legal a homenagem ao Vinícius. Tenho também um blog onde conto uma porção de histórias. O nome do blog é IPÊ AMARELO. Dê uma olhadinha. O endereço é http://eliasguara.blogspot.com Grande abraço a você e aos primos. ELIAS

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