Mistério
Florbela Espanca
Gosto de ti, ó chuva, nos beirados,
Dizendo
coisas que ninguém entende!
Da tua
cantilena se desprende
Um sonho de magia e de pecados.
Dos teus pálidos dedos delicados
Uma alada canção palpita e ascende,
Frases que a nossa boca não aprende,
Murmúrios por caminhos desolados.
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